ENSAIO ONDE SE DEMONSTRA QUE O ASPECTO MATERIAL E O ASPECTO IDEAL DA REALIDADE SÃO OS DOIS POLOS METAFÍSICOS DE UMA CONFIGURAÇÃO MENTAL.
É na questão fundamental da filosofia, onde começa o nó górdio dos questionamentos que formam as duas correntes diametralmente opostas e aparentemente irreconciliáveis, chamadas de Materialismo e Idealismo. Pode-se ver que cada uma delas tem a sua maneira própria de explicar o mundo. Observe ainda, que a supremacia de uma sobre a outra, ao longo dos tempos, tem acarretado sérias e danosas consequências aos seres vivos e à própria natureza como um todo.
Tomemos como exemplo Livro: Os Princípios Fundamentais de Filosofia de Georges Politzer, desenvolvidos por Guy Besse e Maurice Caveing, pela clareza com que tenta mostrar a supremacia do Materialismo sobre o Idealismo, bem como a distinção entre o aspecto material e aspecto ideal da realidade, e ainda, por ter sido adotado no mundo inteiro como uma espécie de ‘Bíblia do Materialismo’, pelos Partidos Comunistas:
A distinção entre o aspecto material e o aspecto ideal da realidade é, ao contrário, necessária à boa formação filosófica de todo homem de ciência: ele deve saber distinguir entre a matéria e a ideia que dela se tem, assim como o militante deve distinguir entre seus desejos e suas reais possibilidades. [Politzer, Pág. 109- 110.]
O que é a realidade? Pergunto eu. Para mim, o aspecto material apreendido pelos sentidos humanos não é o real. É sempre uma ideia que se tem do real. Essa ideia é mental e surgida da interação entre o ser e o mundo. É uma configuração palingenética advinda das limitações sensitivas do homem. Não fora assim, nós humanos veríamos (que realidade?) um campo unificado, uma nuvem de partículas subatômicas pipocando em luz, a todo instante?
A distinção entre <a matéria e a ideia que dela se tem> passa a ser, não uma distinção da matéria como tal, mas uma distinção da ideia que se tem da matéria, ou da ideia que dessa ideia se tem. Esta pretensa realidade está em nós no campo mental. Ou é ideia do real, ou ideia da ideia que se tem do real. Não há como fugir disso!
<Toda explicação é mental e toda compreensão do explicado é também mental>. <A mente é o começo o meio e o fim de toda explicação>. “O Todo é Mente, o Universo é Mental”, disse o grande sábio Hermes Trismegisto, repito. É esse o mistério em que a Física Quântica está mergulhada e muitos cientistas abismados por não encontrarem uma “lógica científica” para a explicação dos acontecimentos e reações paradigmáticas das partículas subatômicas, durante as experiências de laboratório.
Para os materialistas a explicação é material. O <eu pensante>, para eles, é algo que evoluiu a partir da matéria, uma especialização do cérebro gerador dos pensamentos, dos sentimentos e das conexões lógicas. Para mim, o <eu pensante> é algo que está na matéria, um programa que a matéria está sendo obrigada a executar, feito uma TV que cumpre as determinações vibracionais tanto de um controle remoto, quanto de uma estação repetidora de ondas vibracionais de cores, imagens e sons, a quilômetros de distância.
É por isso que o ser humano pode pensar sobre as coisas e, ainda, pensar sobre seus próprios pensamentos sobre essas coisas pensadas e corrigir distorções autorreferenciais, fato que não acontece com as máquinas, que apenas cumprem os programas gerados pela consciência humana e são incapazes de exceder aquilo para o que foram projetadas. Para que haja qualquer mudança de rumo além daquilo que está previsto para acontecer dentro da máquina, será necessária uma intromissão criativa da mente humana.
Existe um livro de um neurocientista cujo título diz que “O homem é uma criação do cérebro”; não procurei ler tal livro, o título me bastou como piada. Lembrou aquela dita de outro cientista, que fez uma experiência com aranhas, a qual consistia em ir arrancando as pernas das aranhas e gritando ande, ande! Até que, quando a aranha sem perna alguma, mesmo ouvindo os gritos histéricos do cientista, permanecia imóvel. Daí, conclusão do cientista estampada em todos os jornais do mundo inteiro: cientista descobre que a aranha sem pernas fica surda.
O cérebro é um órgão do corpo, um subconjunto, uma especialização a serviço do corpo, que, por mais importante que pudesse ser não poderia deixar de ser o próprio corpo em questão, a ponto de ser considerado como um criador do homem. O cérebro é um programa do corpo que começa a ser gerado aproximadamente 18 dias após a concepção. Ele faz parte de um plano muito maior de consciência. Não é o corpo que a ele está subordinado; se assim fosse, ele teria que ser formado primeiro do que o corpo, e não depois, como acontece na realidade.
Isto mostra que o cérebro faz parte de um plano do corpo; e não o contrário. Mas a coisa não termina aí. Sendo o corpo uma sofisticada especialização CIL> do Universo, o cérebro é, por assim dizer, também uma sofisticada especialização CIL>, do corpo; um programa metafísico de Consciência, Informação e Luz, implicado no âmago do corpo.